As perguntas são as mesmas e
nunca têm resposta, mas tu insistes.
Talvez afinal não te interessem
as perguntas, talvez apenas te interessem as respostas.
Não escolheste o mundo nem as
perguntas que se te impõem, é natural que insistas.
As respostas que encontras são as
tuas respostas, porém parecem-se tanto umas com as outras como árvores numa
floresta.
Avanças sem pressa, imerso na
escrita como numa floresta redundante, em que tudo é verde e castanho.
Aqui e ali contemplas um
formigueiro, aqui e ali surpreendes o voo de uma ave, aqui e ali admiras-te com
a beleza de uma flor singela, mas é sempre a mesma floresta.
Procuras, procuras sempre, estás
sempre à procura; não sabes muito bem se procuras semelhanças ou se procuras diferenças.
Dizes e escreves quase sempre a
mesma coisa, nem outra coisa poderias fazer.